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A arquitetura do pré modernismo é como se costuma chamar a produção arquitetônica do fim do século XIX e início do século XX que prenuncia, seja pelo ideário ou pelo resultado formal, a arquitetura moderna.
O pré modernismo, como arquitetura de transição, não é compreendida como um fenômeno de empobrecimento do elitismo nem como modernismo rudimentar.
Pelo contrário, é notória a influência e a tensão causada pelos dois estilos que a precederam e sucederam (e também a acompanharam) na arquitetura.
Mas entende-se que a arquitetura pré modernista, como um estilo conciliador, foi uma representação possível da modernidade, para uma sociedade que se encontrava também em transição.
Além disso, o pré modernismo se revelou como uma linguagem acessível às elites, às classe médias e às classes populares.
Na arquitetura, a partir de construções de maior porte, o vocabulário conquistou o gosto popular e se disseminou em grandes e pequenas residências e em prédios comerciais.
E apesar de ser considerado um período de transição entre o Simbolismo e o Modernismo, o Pré Modernismo possui diversas características e a maleabilidade de estilos e temáticas que demonstra sua complexidade.
Conheça 4 grandes arquitetos do pré modernismo
Confira abaixo 4 grandes arquitetos do pré modernismo no mundo.
Arquitetos do pré modernismo: ADOLF LOOS (1870-1933)
Arquiteto austríaco, Adolf Loos nasceu em 1870, em Brunn, na República Checa. Estudou na Staatsgewerbeschule, em Reichenberg, frequentando depois o curso de arquitetura da Technische Hochschule de Dresden que concluiu em 1890.
Em 1907, realizou um dos seus primeiros projetos conhecidos, o American Bar que é um dos símbolos do fascínio de Adolf Loos com a cultura estadunidense.
Foi o primeiro típico bar estadunidense em Viena, famoso por seus coquetéis. O bar fechou as portas algumas vezes e, nos anos 90, Marianne Kohn assumiu a gestão e deu sua cara ao local, que já atraiu Quentin Tarantino, Mick Jagger, artistas, políticos e muitas estrelas do cinema.
O local segue como bar, não sendo destinado à visitação arquitetônica, como outras obras do arquiteto.
Entre 1909 e 1911, construiu o edifício de habitação e comércio da Michaelerplatz, localizado no centro antigo de Viena. O Edifício Michaelerplatz é o trabalho mais famoso de Adolf Loos e também um dos primeiros edifícios pré-modernistas da Europa.
O local já possuiu diferentes utilizações, estando em um local de destaque em Viena. Não há recuos no terreno em relação ao passeio, e o edifício possui três fachadas em tamanhos distintos, pela configuração trapezoidal do terreno, outra característica marcante.
Suas obras mais célebres e importantes são a moradia Steiner (1910) e a de Michaelplatz (1910-1911), em Viena, bem como a residência Tzara, em Paris.
Arquitetos do pré modernismo: LOUIS SULLIVAN (1856 – 1924)
Louis Henry Sullivan nasceu em 3 de setembro de 1856 na cidade de Boston. Seus pais eram imigrantes que se mudaram para os Estados Unidos em busca de melhores condições de vida: seu pai era de origem irlandesa, enquanto sua mãe vinha da Suíça.
Louis Sullivan, o “Pai dos Arranha-céus” de Chicago, que antecedeu o modernismo com a célebre frase “a forma segue a função” foi um prodígio da arquitetura, tendo iniciado seus estudos de graduação no MIT aos 16 anos.
Como arquiteto, crítico e mentor, Louis H. Sullivan teve um impacto na arquitetura que se estende muito além de seu trabalho em Chicago.
O trabalho de Sullivan rejeitou o empréstimo de elementos clássicos gregos e romanos tão populares entre muitos outros arquitetos de sua época. Isto, combinado com a influência tanto de Furness e Jenney, quanto do arquiteto H.H. Richardson, levou ao estilo singular de Sullivan.
Como disse o próprio Sullivan, “Todas as coisas na natureza têm uma forma, ou seja, uma forma, uma semblante exterior, que nos diz o que são, que as distingue de nós mesmos e umas das outras”.
Através de sua exploração da ornamentação orgânica e da construção de estruturas de aço, Sullivan tornou-se um defensor vocal do desenvolvimento de formas arquitetônicas exclusivamente americanas. Ele usou a ornamentação natural como metáfora para uma sociedade democrática.
Para Sullivan, um edifício deveria responder a seu próprio ambiente particular, assim como uma planta cresceria “naturalmente, logicamente e poeticamente fora de todas as suas condições”.
As construções mais importantes elaboradas por Louis Sullivan são: Bayard Building em Nova York (1897), o Carson Building (1899), o Gage Building em Chicago (1898) e o National Bank of Owatonna (1908).
Arquitetos do pré modernismo: HERMAN MUTHESIUS (1861-1927)
Hermann Muthesius , foi um arquiteto, autor e diplomata alemão ,conhecido por promover muitas das ideias do movimento inglês Arts and Crafts dentro da Alemanha e por sua influência nos primeiros pioneiros do modernismo arquitetônico alemão, como a Bauhaus.
Em 1896, o governo prussiano enviou Hermann Muthesius à Londres, com o objetivo de trazer para a Alemanha questões contemporâneas sobre arquitetura, planejamento e design.
Muthesius retornou à Alemanha em 1904 e estabeleceu-se como arquiteto na prática privada, enquanto manteve o papel de conselheiro oficial do governo da Prússia, concentrando seu tempo na reforma da educação em arte e design para dar mais ênfase ao treinamento em oficinas.
Em relação a arquitetura, Muthesius foi um dos principais arquitetos que construíram a primeira cidade-jardim da Alemanha, Hellerau, fundada em 1909 na periferia de Dresden.
Segundo Muthesius “diferentes materiais devem ser manipulados de diferentes maneiras. A pedra não pode ter as mesmas dimensões e formas que a madeira, assim como a madeira não pode ser tratada como se fosse um metal.”
“Formas devem ser desenvolvidas de acordo com sua função e com as características dos materiais empregados. O novo respeito pela natureza dos materiais, naturalmente, leva a uma correspondente preocupação em relação à melhor forma de juntar partes diferentes. Função, material e estrutura passaram então a ser os princípios básicos que guiam o trabalho dos artesãos.”
AUGUSTE PERRET (1874-1954)
Auguste Perret, filho de família francesa nasceu em Bruxelas em 1874 e aos sete anos de idade, sua família voltou à capital francesa, onde ele viveu o resto da vida.
Perret é notável por suas contribuições pioneiras para o vocabulário da construção em concreto armado. O Estilo Art Déco é o principal destaque deste arquiteto, que teve estreitas relações com os modernistas de seu tempo.
Para ele a estrutura era um esqueleto composto por elementos formalmente independentes e articulados entre si, como acontece na ordem clássica. Já nas primeiras obras, a relação entre pilar e viga – presente em quase todas as patentes até então registradas – desaparece, reforçando a independência formal de ambos elementos.
Com seus irmãos, Gustave e Claude, ele construiu em 1903 um conjunto residencial na Rua Franklin, em Paris, que foi provavelmente o primeiro bloco de apartamentos projetado por meio da construção em concreto armado da história.
Uma de suas mais notáveis obras de Perret foi a da Igreja de Notre-Dame em Le Raincy (1922-1923) perto de Paris. Provavelmente a obra que possibilitou a propagação de suas ideias e as imensas possibilidades estruturais de concreto armado.
Entre muitos edifícios notáveis de Perret de 1920 e 1930 foi a ‘École Normale de Musique’ em Paris (1929), considerado por muitos como uma obra-prima do estudo acústico.
Entre as principais obras da equipe, estão a garagem na rua Ponthieu (1906) e o teatro na Champs-Elysées (1910).
No Brasil, a única obra realizada por Perret foi justamente o projeto arquitetônico do prédio da FAAP, a partir de esboços feitos pelo conde Armando Alvares Penteado, idealizador da instituição.
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