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A cenografia é a área no mundo do cinema, teatro e televisão responsável pela coesão de diversos elementos: som, luz, decoração, ambiente, figurino e até mesmo maquiagem. Assim, o cinegrafista brinca com essas combinações a fim de passar para o espectador a sensação que determinada cena pede: medo, compaixão, raiva, etc.
Para tal, diversos profissionais especializados como maquiadores, estilistas, fotógrafos, arquitetos e designers trabalham em conjunto para dar ao espectador a melhor experiência possível. Dessa forma, com uma boa equipe de cenografia é possível transformar qualquer espaço em um espaço de arte.
Sendo assim, para explicar um pouco sobre como é montada a cenografia, nós da Essência Móveis vamos te explicar como a equipe de cenografia definem as cores, iluminação e os ambientes para a produção de uma cena.
Composições da cenografia
Cores
No mundo do design o poder das paletas de cores não é novidade. Não é atoa que cartazes de academias utilizam cores como vermelho, preto e amarelo enquanto spas fazem seus cartões de visita em tons claros de azul e amarelo. Da mesma forma, a paleta de cores escolhida para cada cena define qual o tom será dado a ela.
Cinquenta tons de cinza
Desse modo, paletas de cores frias e neutras como tons de cinza são usadas para retratar personagens poderosos e meticulosos. Por exemplo, no filme 50 tons de cinza (2015, Sam Taylor-Johnson), a mocinha inocente Anastasia encontra-se com o magnata Cristian Grey em seu escritório mega luxuoso.
Na cena, as cores do figurino de Anastasia são discrepantes em relação à paleta de cores do escritório de Cristian. Nesse caso, a mensagem cenografia é clara: Anastasia não se encaixa na vida de Cristian.
Black Mirror
No mesmo sentido das paletas de cores, um bom exemplo é o episódio “Queda Livre” da série ‘Black Mirror’ (2017). Nele, a cor principal é a cor rosa e as cenas são compostas por cores claras e tons neutros. Assim, a cor rosa passa a sensação de inocência e necessidade de controle da personagem principal.
Matrix
Apesar dos jogos de cores muitas vezes passarem despercebido, quando somado a um bom roteiro temos como resultado cenas marcantes. Por exemplo, em Matrix (1999, (Lana e Andy Wachowski), Neo (Keanu Reaves) deve fazer uma escolha: escolher a pílula vermelha e sair da falsa realidade ou escolher a pílula azul e continuar vivendo sua vida.
Com essa imagem, é possível observar que o próprio jogo de imagens deixa a pílula vermelha em contraste com o restante da cena. Assim, nosso cérebro tende a escolher as cores de destaque. Portanto, assim como Neo, a cor escolhida também seria a vermelha.
Iluminação
As ambientações de pouca luz brincam com o jogo entre luz e sombras criados no set. Assim, esses contrastes são propositais e possuem um foco de interesse para o espectador.
Uma vez que nosso cérebro é capaz de associar luz ao conhecido e ao seguro, cenas que pretendem passar essa impressão tendem a ser bem iluminadas e compostas por cores vívidas.
Por outro lado, cenas mais escuras que valorizem as sombras pretendem prender o espectador, seja pela curiosidade ou pelo suspense. Assim, podemos ver a importância do balanço entre luz e sombras.
Para isso, a equipe de cenografia usa três diferentes tipos de iluminação:
High Key
Essa iluminação conta com poucas sombras e por isso é muito usada em filmes e cenas de comédia e em musicais. Por exemplo, o musical Lalaland (2016 – Damien Chazelle) é repleto de cenas High Key, que pretende gerar no espectador a sensação de que aquela cena ou momento é exatamente onde os personagens deveriam estar.
Da mesma forma, o uso de muita luz também é um artifício usado em filmes de romance. Principalmente quando a ideia da cena é mostrar os bons momentos do casal.
Contudo, existem diretores famosos que fogem do comum optam pelo uso de High Key a fim de gerar quebra de expectativa. Para exemplificar esse caso, basta ver uma das primeiras cenas em Pulp Fiction (1994, Quentim Tarantino), onde em uma situação de tensão no qual Vicent (John Travolta) fica sem saber o que fazer. Assim, a confusão do personagem gera quebra de expectativa, o que gera humor.
High Contrast
Enquanto muita luz transmite a sensação de que tudo dará certo com os mocinhos, quando o objetivo é gerar suspense ou chamar atenção, usa-se o high contrast.
Por exemplo, em “Coringa” (2019 – Todd Phillips) há uma cena do personagem Coringa (Joaquim Phoenix) dentro do elevador logo antes de espalhar toda a sua loucura pela cidade. O jogo de luzes, sua roupa e maquiagem dão o contraste ideal e gera no espectador o sentimento de “o que vem agora?”
Da mesma forma, a loucura através do contraste pode ser observada no filme “Cisne Negro” (2010 – Darren Aronofsky). A história que conta a ascensão da bailarina Nina Sayers (Natalie Portman) e sua queda à loucura. Nesse caso, a cena na qual Nina sucumbe ao seu lado ‘negro’ durante o recital evidencia contrastes entre o belo e puro cisne branco ao tóxico cisne negro.
Low Key
As ambientações de pouca luz brincam com o jogo entre luz e sombras criados no set. Assim, esses contrastes são propositais e possuem um foco de interesse para o espectador.
Nesse sentido, os filmes “noir” são a vanguarda na criação de terror usando o preto e o branco e tendo a iluminação como aliada. Inclusive, podemos apontar os filmes do famoso diretor Hitchcock como bons exemplos dessa combinação.
Contudo, a ‘Low Key’ também pode ser utilizada em filmes coloridos e é muito utilizada em filmes de terror. Como exemplo, a cena abaixo do filme “Invocação do Mal 2” (2016 – James Wan) é uma cena de suspense que utiliza da simbologia da “cruz invertida” para gerar medo no espectador. Dessa forma, as cruzes estão como foco na cena, quando despercebidamente a criança é atacada pelo espírito que espreitava na sombra.
Por outro lado, a pouca luz também fornece o ambiente perfeito para cenas românticas, como a cena icônica de “A noviça rebelde” (1965 – Robert Wise) na qual Maria (Julie Andrews) e o Capitão George (Christopher Plummer) se encontram em um mirante de vidro. Nesse caso, a cena adquire um ar romântico e íntimo graças ao jogo de luzes criado.
Ambientes
Ao mesmo tempo que todo o figurino e iluminação são escolhidos a dedo, a escolha de ambientes também deve ser cuidadosa. Afinal, ambiente, iluminação e figurino devem sempre conversar entre si.
Além disso, a escolha de ambientes para cenografia é realizada a fim de gerar um balanço perfeito entre a cena que acontecerá e as características dos personagens envolvidos.
Por exemplo, voltando ao episódio “Queda Livre” de Black Mirror há uma cena em que Yorkie (Mackenzie Davis) discute com seu irmão Kenny (Alex Lawther) na cozinha de sua casa. Uma vez que a personagem busca sempre a perfeição em troca de curtidas na rede social, sua casa reflete seu esforço. Afinal, Yorkie busca a todo o tempo a vida perfeita que ela vê nas redes sociais.
Por isso, os ambientes que Yorkie frequenta são todos muito bem organizados e ‘perfeitos’, o que reflete a ambição da personagem
Da mesma forma, a premiada trilogia “O Senhor dos Aneis”, que inclusive recebeu prêmios técnicos, consegue fazer com que seu espectador saiba exatamente onde a cena ocorre apenas pelo local. Afinal, é fácil diferenciar Valfenda do Condado ou de Mordor.
Para a criação do ambiente cenográfico a equipe de cinematografia utiliza de todos os recursos possíveis: locais já construídos, estúdios, e até mesmo a construção de um novo cenário. Em todos os casos, arquitetos e designers fazem a projeção do ambiente.
Afinal, além dos objetivos estéticos também é preciso projetar a funcionalidade do espaço. No caso de estúdios por exemplo, a equipe de cinegrafia deve pensar no fluxo dos atores, câmeras, transições de cena e vários outros aspectos.
Use a cenografia a seu favor
Então, agora que você sabe um pouco mais sobre os truques de cores e luzes no ambiente cinematográfico, você pode deixar a sua casa igual às da TV. Para isso, você deve usar itens decorativos úteis como poltronas, luminárias, e quadros. Assim, ao escolher elementos que conversam entre si, você criará um ambiente harmonioso como os cenários de Hollywood.
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